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"ARAUTOS DA CRISE" *VÍTOR BENTO Expresso, 3-6-2000: "O ritmo da despesa que tem vindo a ser seguido não é compatível com a manutenção da carga fiscal sobre a economia. Se a despesa se mantiver, a carga fiscal vai ter de subir e, se esta se mantiver, a despesa terá de diminuir. Como não julgo que haja espaço para descer a carga fiscal, o que até seria perigoso, o controlo da despesa terá de ser feito, a bem ou a mal."Expresso, 3-6-2000: "Estamos habituados a não sentir as consequências de persistirem défices orçamentais, porque as pessoas que acabam por pagar a dívida são em número superior às que a contraíram. Num futuro não muito distante esta situação vai inverter-se e criar um problema intergeracional muito difícil de gerir. É por isto que a redução do défice já não é um problema de doutrina económica mas de bom senso".

Expresso, 3-6-2000: "Houve, nos anos anteriores, um excesso de otimismo generalizado. De repento, as pessoas sentiram-se mais ricas. Entrou-se numa embriaguez de consumo e perdeu-se uma ideia fundamental em economia: a de que existe uma restrição orçamental, não só para o orçamento público, mas também para os orçamentos familiares. Agora, e de repente, as pessoas vêem-se confrontadas com a reacção de que essa restrição orçamental existe e passam da embriaguez a um estado de quase desepero."
Expresso, 3-6-2000: "O risco existente é que se crie um pessimismo tal nos agentes económico que os leve a, de repten, tentar restabelecer os níveis de poupança que deveriam ter construído no passado. Se tal acontecesse haveria um enorme corte de consumo, que poderia provocar uma recessão muito séria e contra a qual não há grandes instrumentos, nomeadamente na parte orçamental." Expresso, 3-6-2000: "Se a nossa produtividade não for maior, os salários não podem aumentar. Aumentar os salários para lá do que a produtividade permite é o caminho mais certo para o desemprego." OS ARAUTOS DA CRISE - Vítor Bento, Abel Mateus, António Nogueira Leite e Álvaro Santos Pereira há vários anos que vinham a alertar para os problemas estruturais da economia portuguesa. A crise profunda que o país agora enfrenta não os supreendeu. * Este post é uma citação ao artigo publicado na revista Exame nº321 de Janeiro de 2011 conduzido pela jornalistas Sónia M. Lourenço
# Colocado por PensarSardoal @ 13:09
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