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"ARAUTOS DA CRISE" *ÁLVARO SANTOS PEREIRA DIÁRIO ECONÓMICO, 3-6-2002: "Vivemos durante demasiado tempo acima das nossas possibilidades. Por um lado, nos últimos anos, o Estado aumentou o défice orçamental a ritmos terceiro-mundistas, para níveis que são incomportáveis quer, com os nossos compromissos internacionais, quer com o equilíbrio das contas públicas. Assim, descobrimos o óbvio: os elevados défices de hoje são rápidamente transformados nos impostos de amanhãe, nos próximos tempos, auguram-se medidas draconianas na redução da despesa pública." DIÁRIO ECONÓMICO, 29-7-2002: "A entrada no euro significa que, de agora em diante, não podemos mais esconder deficiências de produtividade com meras desvalorizações contínuas. Isto é, se os exportadores portugueses quiserem ser competitivos nos mercados internacionais, terão que o fazer somente através do aumento de produtividade das suas empresas bem como da qualidade dos seus produtos."
EXAME, Janeiro 2011: "Há uma obsessão no nosso estado, qualquer que seja o governo, em deixar obra feita. E em Portugal obra feita é betão. Há também um eleitoralismo descarado no espaço de um a dois anos antes da realização de eleições. Isso agravou os nossos problemas."
Exame, Janeiro 2011: "Os números são ainda mais graves do que os oficiais. O endividamento das empresas públicas atinge 24% do PIB. Não aparece nas estatísticas oficiais de dívida pública, mas, na prática, é isso mesmo. E a estratégia seguida nas parcerias publico-privadas (PPP) foi atroz. Temos 50 mil milhões de euros já atribuídos em PPP, que têm de começar a ser pagos a partir de 2013. É quase 30% do PIB. Alguém vai ter de pagar isto. Os governos assumiram enormes compromissos em termos de despesa pública para o futuro, o que compromete o crescimento da economia e o bem-estar da população a prazo."EXAME, Janeiro 2011: "Penso que haverá eleições no próximo Verão e que o próximo governo terá mesmo de adotar estas medidas, o que irá permitir retornar, no futuro, à trajectória de crescimento que marcou os últimos 50 anos. (...) Medias necessárias: 1) saneamento das empresas públicas; 2) renogociar as PPP; 3) acelerar a transaparência das contas públicas; 4) pacote anticorrupção; 5) estratégia para reduzir importações; 6) melhorar a competitividade, não só através da flexibilização laboral." OS ARAUTOS DA CRISE - Vítor Bento, Abel Mateus, António Nogueira Leite e Álvaro Santos Pereira há vários anos que vinham a alertar para os problemas estruturais da economia portuguesa. A crise profunda que o país agora enfrenta não os supreendeu. * Este post é uma citação ao artigo publicado na revista Exame nº321 de Janeiro de 2011 conduzido pela jornalistas Sónia M. Lourenço
# Colocado por PensarSardoal @ 14:35
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