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António Borges entrevistado pelo Expresso
"Não tolero a mediocridade"
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Vê o futuro da economia portuguesa tão negro como nos tem sido apresentado?
R: Acho que é possível fazer muito melhor. Há dois aspectos fundamentais: o país tem uma energia e capacidade de empreender notáveis. A primeira coisa a fazer é libertar essa energia. Em paralelo com isso é preciso executar um série de regras práticas de disciplina económico-financeira. Há uma extraordinária falta de rigor. Este esforço que os governos estão a fazer de reduzir o défice considerado dramático, quando é uma coisa da mais elementar prudência financeira equilibrar as contas do Estado.
Muitas vezes o Estado tem de substituir-se aos agentes privados.
R: Cada vez que o Estado gasta o que não tem, alguém tem de pagar. O défice sai-nos dos bolsos. Milton Freedman dizia que os verdadeiros impostos são as despesas. Aquilo que o Estado gasta tem de ser pago pela economia ? por exemplo, menos recursos para investir. Esta nossa falta de rigor tem expressão noutras áreas. A facilidade com que toleramos níveis de mediocridade gritante é dramática.
(...)
E o legado do guterrismo?
R: Desde 1995 passou-se para uma situação de reforço do peso do Estado e dos interesses estabelecidoss. De 1995 para 2004 o país é o mesmo. São as mesmas empresas, as mesmas pessoas, e todos eles à volta do Estado. Isto é o grande drama da situação portuguesa. Foi dramático o que se perdeu ? o momento de ouro da economia, uma situação extremamente favorável.
E o que aconteceu?
R: Passámos a gozar a vida. Esbanjámos dinheiro de uma forma extraordinária. E fomos cavando o nosso próprio buraco.
Bruno Costa
pensarsardoal@hotmail.com
# Colocado por PensarSardoal @ 22:14
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