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"AUTO-RETRATO"
"A SINCERIDADE PÚBLICA PODE NÃO SER SUBSTANCIALMENTE DIVERSA DA SINCERIDADE PRIVADA. UM AUTO-RETRATO É SEMPRE UM AUTO-ELOGIO. MAS NÃO É FORÇOSAMENTE UMA CONFISSÃO EM QUE VOCÊ, LEITOR, SEJA O PÁROCO." M.E.C./86
"(...)A temática do quotidiano político/social de um Sardoalense-Médio-Comum foi desde o início um caminho possível.
Como os personagens dessas crónicas seriam invariavelmente os Sardoalenses, pensei ser oportuno hoje falar aqui das características que de forma genérica definem o Sardoalense-Tipo. Penso não ser muito injusto se afirmar que o Sardoalense é um sentimental e por isso um fatalista, vaidoso mas taciturno, ciumento mas brando, apegado e conservador, nostálgico mas fanfarrão, manhoso e refilão, má-lingua mas tolerante. Não se pense que estes adjectivos constituem uma praga!...
Reconheço em todos eles a faculdade de se manifestarem de forma saudável e de igual modo os descubro em atitudes menos ortodoxas.
NO ENTANTO...
...verificamos que nos últimos anos se tem instalado em nós um certo desfalecimento colectivo, o ânimo a quebrar-se e o sistemático embargo daqueles que ousam sonhar.
...simultâneamente tem vindo a acentuar-se o carpir da desgraça nas esquinas e mesas do nosso descontentamento.
...a população diminui, a indústria afoga-se, o comércio navega, a agricultura sonha com manhãs de nevoeiro(...)
A falta de estrategas de planeamento habilitados sequer a aferir as suas 'tiradas' na restante conjuntura nacional, é, para mim, desde há décadas, a principal chaga no desenvolvimento da nossa região.
Mas será que tal como aqui se refere um Sardoalense-Médio-Comum, existirá uma Mentalidade-Comum-à-Média-dos-Sardoalenses...?
(UM SARDOALENSE-MÉDIO-COMUM)" in Atrium, Boletim Cultural, Nº2, Julho 86.
Serve este exemplo para reafirmar o respeito que temos pelo passado do Sardoal, pelos que nele intervieram, e para recordar mentes mais criativas que tal crítica assenta que nem uma luva em muitos Sardoalenses e outros que não se identificam mas que julgam por bem dar a sua opinião.
É muito engraçaco verificar que os autores deste projecto Cultural já mais pensavam que esta crónica pudesse ser usada para os criticar, mas a verdade é que hoje ela é tão actual como no tempo da outra senhora. Alguma coisa está mal, não acham...
Bruno Costa
pensarsardoal@hotmail.com
# Colocado por PensarSardoal @ 22:45
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