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SARDOAL EM LIVRO
(...) Primeiramente deparamo-nos com três conjuntos de pintura que se distinguem entre si, e que cronologicamente se situam desde o último quartel do século XVI até meados de XVII.
O primeiro grupo é constituído por uma Bandeira Real, apresenta-se no âmbito das laborações maneiristas estando vincadamente marcada pela dureza de tratamentos de um tema recebido de períodos anteriores mas onde se indicia a penetração das novas tendências, sobretudo no reverso. Será um dos primeiros pendões adquiridos pela Misericórdia do Sardoal, nas derradeiras décadas de quinhentos.
O segundo grupo também uma Bandeira Real, distinguindo-se do anterior por consumir uma legenda sobre fundo de ouro em todo o espaço inferior da tela; cronologicamente mais próximo, situa-se num período mais tardio quando se começam a fazer sentir as primeiras experiências proto-barrocas. Terá sido o último dos pendões adquiridos pela Instituição com o objectivo de responder a uma exigência concreta de superação de omissões da bandeira anterior, no segundo quartel de seiscentos.
(...) O terceiro grupo constituído por três pendões referidos por insígnias ou painéis, e noutros casos vultos, abordam temas da Paixão de Jesus Cristo, uma dupla Flagelação, Coroação de Espinhos e Subida ao Calvário. Estas bandeiras eram exclusivamente destinadas às procissões de carácter penitencial, motivavam, a uma meditação piedosa dos sofrimentos Redentores intimamente ligadas ao ciclo da Paixão de Cristo. Era este contexto que a Irmandade Sardoalense fazia uso destes painéis, que saíam até à actualidade na noite de Quinta-Feira Santa para a procissão dos Fogaréus.
# Colocado por PensarSardoal @ 00:41

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