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    OS CROMOS DA FAMA



    HÁ TRINTA ANOS, se um adolescente dissesse em voz alta que o seu sonho era ser famoso, a família, na melhor das hipóteses, crucificá-lo-ia com gargalhadas. Os verbos "aparecer" e "ser" ainda não eram sinónimos, e as profissões faiscantes eram aquelas que nos davam a conhecer o mundo: de biólogo marinho a astronauta, de hospedeira a bailarina, de piloto de aviões a Mafaldinha contestatária ou repórter Tintim, os sonhos tinham tomado o tamanho do universo.

    Agora, parecem caber todos nas curtas dimensões de um flash fotográfico. Se o Zé Maria do "Big Brother" é tomado como um exemplo para um manual escolar, e todos os Zés e Marias ninguéns, em particular oriundos de "boas famílias", são notícia desde que renovem a plastificação cutânea de seis em seis meses, para quê estudar, trabalhar, enfim, aprender a fazer alguma coisita na vida?

    SÓ APARENTEMENTE os fenómenos Zé Maria são sinal de alguma democratização na sociedade portuguesa - porque duram cinco minutos, e pronto: regressam às origens, normalmente com a mesma penúria. É que aos deslumbrados pobrezinhos não há teia de relações sociais que os ajude a investir correctamente ou a sobreviver, nem que seja como figurantes, na pantalha.

    Preenchem os cinco minutos de boa consciência diária das massas, são os órfãos do entretenimento, a lágrima breve comprada na loja dos trezentos da solidariedade. É preciso que os Zés Marias mudem e se multipliquem para que, de cromo em cromo, de trabalhador do mês em trabalhador do mês, o povo se ajeite ao manto da obediência, e se comova com a ideia de que somos todos iguais.

    Mas os cromos da fama do povo não são iguais aos cromos da fama da alta burguesia: só estes não encarquilham nem amarelecem. Aos deslumbrados com nomes sonantes nunca faltam advogados, nem correctores, nem cirurgiões plásticos generosos, nem festas "temáticas" - ou seja, festas em que se vestem a mote, seja ele o peru de Natal ou a Carmen Miranda ? nem um primo de um tio que pode sempre meter mais uma Matilde a perguntar, de olhos pregado no teleponto: "O-lá. Is-tása cur-tir bu-é?" à Constança ceguinha que protagonizará a próxima novela.

    A expressão "boas famílias" morreu com a revolução, mas ressuscitou rapidamente ao terceiro dia da evolução. Por isso é que, por mais auto-estradas que construa, Portugal não sai da circunvalação.


    In ÚNICA do Expresso, por Inês Pedrosa (Crónica Femenina)

    # Colocado por PensarSardoal @ 21:52 0 Comentários!

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