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UMA POETISA NO SARDOAL (V)
A ALMA ENCONTRADA
Animal preso a regras e contextos,
Letra e palavra prisioneira dos textos,
Água parada n’um charco de pudor.
É tudo aquilo que sou até aqui,
Foi só o que na vida consegui,
Por cobardia, moleza e desamor!
Não sei se a vida, consentirá a cura,
Não sei se a fruta já se encontra madura,
Ou se é preciso agora começar.
Só sei que vejo a luz, e quero tê-la,
Só sei que há uma força grande e bela,
Só sei que tenho mãos p’rá segurar.
Porque é que o encontro só se deu agora,
Porque é que até aqui só vivi fora,
Do meu Deus, do meu eu, e do meu ser?
Como pude viver sem ter vivido,
Como pude nascer e ter morrido,
Como pude estar morta e reviver!
Poema de MARIA HELENA SERRAS PEREIRA, in Boletim Cultural, 1987
# Colocado por PensarSardoal @ 00:41
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