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A ESCOLA DO MEU SONHO?
Do meu sonho ou do meu pesadelo? Que faço aqui? Raquitizo-me ou cresço, mergulhando as raízes aprumadas no mais fundo de mim?
Pequenino, à escola me levaram. Ia pela mão e chorava. Não sabia o que era a escola. E ninguém me apavorou com a palmatória do mestre-escola! Hoje, no dia de hoje, maiorzinho, quem me leva? Sei ler eu e enriquecer-me intelectualmente?
A Escola abre-me um leque de ideias muito vasto e não me quer fechado num casulo como larva que apodrece. É, pois, minha obrigação ser como uma flor em que a corola, os estames pelo pólen do saber e da realização plena do ser. É que, se não for uma destas flores, só poderei ser uma bodelha afogada em lodos marinhos, sob os imponderáveis oceanos.
Ao serem-me franqueados os portões largos e alegres da minha escola, ouviria eu porventura uma voz dizer que estava entrando num recinto de serenidade e de trabalho?
Etimológicamente, a palavra Escola quereria dizer recreio e jogo. Isto para nos dizer que a escola era considerada como uma das coisas mais agradáveis e desejadas na vida. Também é certo que Aristófanes lhe chamou “lugar de tormento”.
Acredito sinceramente que a escola, para ser escola, para cumprir a sua missão, terá de ser o lugar mais agradável para ti. E oxalá – seria transformar-se numa replente escolopendra! se alguma vez ela fosse para ti um lugar de tormento, uma estância onde a vida é semelhante a um largo de águas podres, coalhando de lindaos nenúfares!
Élia Mendes, Professora de Biologia na Escola C+S do Sardoal, in Boletim Cultural nº9-Maio/Junho de 1987.
# Colocado por PensarSardoal @ 19:23
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