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PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO (I)
RECONHECER O VALOR INTRÍNSECO DO PASSADO
Tem-se assistido ultimamente, a um interesse crescente pelas questões inerentes ao Património Cultural, nomeadamente o património arquitectónico.
Existem duas ideias mais ou menos generalizadas na população, ambas incompletas e inconsequentes; por um lado a ideia de que preservar o património arquitectónico é condenar as pessoas que possuem essas construções a viverem em condições de habitabilidade que nada têm a ver com as exigências da vida actual, designadamente a necessidade de espaço, funcionalidade e mesmo estética, que são obviamente diferentes das do passado; por outro lado a ideia de que tudo o que é antigo deve ser preservado, como se houvesse necessidade de preservar velhas pedras e sacrificar o bem estar da população, numa perspectiva estático-histórica-museológica que conduziria inevitavelmente a uma morte lenta, à degradação e à ruína das construções.
Em nosso entender, preservação do património arquitectónico e modernização, não são propriamente situações incompatíveis.
Efectivamente preservar o património arquitectónico não significa deixar as construções caírem, apodrecerem de velhas, ou mumifica-las como se fossem estátuas, bem pelo contrário pressupõe, em nosso entender a necessidade de reconstrução, renovação e frequentemente remodelação, numa perspectiva dinâmica da arquitectura, o que implica a necessidade de nalguns casos, adaptar os espaços às novas funções compatíveis com as solicitações da vida actual, por forma a tornar esses espaços vivos passíveis de serem vividos!
É aliás possível duma construção existente, sem pôr em causa o seu valor patrimonial, fazer uma construção moderna (funcionalidade interna).
Júlio de Oliveira Leitão, Arquitecto, in Boletim Cultural nº9-Maio/Junho de 1987
# Colocado por PensarSardoal @ 20:27
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