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CARTA ABERTA AO EXMO. SR. ANO DE 2004
DE:
Sardoalense Médio-Comum
Rua da Misericórdia
2230 Sardoal
PARA:
Exmo. Sr. Ano de 2004
Infima parcela do tempo
Delegação de Portugal
6969 *******
Exmo. Sr. Ano de 2004, queira considerar as nossa profundas condolências pelo falecido, embora mal amado, Exmo. Sr. Ano de 2003. Todos nós sentimos muito o seu desaparecimento, uns mais que outros, mas nós os humanos somos assim, festejamos sempre que um rebento nos vem parar às mãos, mas estamos sempre prontos a afiar as biqueiras para o enxotarmos de seguida.
Não obstante as condições em que Vossa Excelência surge, a verdade é que nós, elementos de um Concelho como o de Sardoal, depositamos grandes esperanças no seu bom desempenho, até porque nestas bandas preferimos bradar aos céus do que fazer pela vida, e assim, encaramo-lo tal qual o mito de D. Sebastião, reaparecido de um profundo nevoeiro...
Aviso-o desde já que nós, seres de grande talento intelectual manifestado em cada esquina, em cada tasca, em cada café, em cada jogo do Lagartos, em cada almoço de família, possuímos várias exigências para com a sua aceitação na nossa comunidade.
Não querendo ser exaustivo, até porque estou a meio de uma “mine”, e todos nós sabemos quanto mal sabe uma “mine” quente, aproveito para lhe depositar os principais desideratos concelhios que reunimos, após reunião com os supra-sumos e eternos aspirantes ao poder, falo dos Panfletários.
EXIGÊNCIAS:
FUTEBOL=> o bar continuar a não dar lucro; aumento dos subsídios camarários de acordo com o mérito (traduzido no número de grades consumidas, ofensas proferidas no campo municipal, número de agressões aos adversários, número de jovens talentosos mal aproveitados, número de coçadas nos tomates dos treinadores, massagistas e directores, e outros a designar), os Lagartos subirem de divisão para alguns comprovarem as suas teses de amor à camisola, esmagar as associações cívicas que não se dediquem ao futebol ou à caridade;
MUNICIPIO=> aumentos salariais de acordo com a presença mais assídua no café durante o horário de trabalho, prémios de irresponsabilidade, recompensas sociais à família por cada ano com aumento de produtividade (número de revistas ou e-mails lidos por mês), pensões para combate à anorexia cívica, divulgar o lema “come e cala-te, acabar com o atendimento ao público (têm mais que fazer), reforçar a ideologia no Boletim Municipal, contribuir para a deterioração das cordas vocais dos sardoalenses, Bloquear o acesso à informação das decisões municipais menos mediáticas, acabar com os movimentos Bloguistas, pois estes começam a divulgar ideias como “deixem-nos trabalhar” e “deixem-nos participar”, reforçar a descontinuidade das apostas no ambiente, ordenamento e planeamento, proibir junto do INE o acesso aos dados estatísticos concelhio, para que no futuro não nos falem de desinvesmento nas àreas fulcrais ao progresso, constituição de um lactifúndio ou Senhorio onde estes possam viver isolados do Distrito, do País, do mundo;
Num slogan termino este meu singelo pedido:
SEMEAR OBSTÁCULOS PARA COLHER A INDIFERENÇA PÚBLICA*
*NOTA: a indiferença pública é última coisa que acontece antes de uma democracia colapsar.
Bruno Costa
# Colocado por PensarSardoal @ 20:25
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