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PRÁTICAS COLECTIVAS DOS JOVENS [3]
CONCLUSÃO
É possível afirmar que as diferentes visões de mundo e as estruturas do pensamento e das acções colectivas dos grupos não estão propriamente vinculadas ao contexto local ou cultural em que estão inseridos, mas que transcendem ou atravessam esse tipo de fronteira.
Afinal os média potênciam essa característica, comportamentos de massa.
Os objetivos e interesses comuns e o reconhecimento de que “não estão sozinhos”, mas que fazemos parte de um espaço social de experiências conjuntivas, fortalece o espírito de colectividade, aumentando também a auto-estima e levando-nos a procurar novas formas de combater os problemas do quotidiano. Enquanto membros de um grupo, passamos a ser herdeiros desse conjunto de narrativas comuns que constitui o grupo e que gera esse potêncial criativo tanto dos grupos de orientação geracional como dos grupos de orientação ‘classista’.
A orientação por classe é também um tema pouco aflorado, no entanto elas também existem no Sardoal enquanto Concelho, pelo que temos sempre esse erro presente quando tecemos uma análise de comportamento, achamos que "fulano" não se comporta bem ou não tem rendimento escolar porque não quer, isto é mais fácil para quem está de fora, pois assim não perde muito tempo com coisas chatas.
A verdade é que existem condições sociais que legitimam determinados comportamentos, e sei bem do que falo, pois vivi muitos anos num BAIRRO SOCIAL, participando passivamente em todos os actos que são possíveis de serem partilhados, alguns mesmo obrigatóriamente, pois não temos escolha quando vivemos nessas situações. Estes jovens são muito esquecidos, bastava analisar por exemplo a taxa de abandono escolar entre estes jovens e outros que vivem em condições de vida diferentes, por isso não podem ter também as mesmas exigências sociais, nem estarem sujeitos à mesma pressão. Se as condições de partida não são as mesma então as metas também terão que ser ajustadas, com um acompanhamento indicado e reforçado em muitos casos.
Ficam assim algumas considerações que julgo merecerem discusão entre nós, jovens já com responsabilidades assumidas mas que percorremos um percurso longo e difícil para quem nasce no Sardoal.
Bruno Costa
# Colocado por PensarSardoal @ 21:15
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